sexta-feira, 28 de março de 2008

Recorde na evolução


Cientistas observaram um evento raro que ocorreu em ilhas do Pacífico Sul. Uma espécie de borboleta sofreu processo de evolução em um curto espaço de tempo.

Pesquisadores ingleses divulgaram que borboletas tropicais da espécie Lua Azul desenvolveram, muito rapidamente, uma forma de se defender contra uma bactéria que mata somente os machos da espécie.

Tudo isso começou há seis anos quando os cientistas fizeram estudos nas ilhas do Pacífico Sul e notaram que os machos representavam apenas 1% da população das borboletas Lua Azul que vive naquela região.

No ano passado os cientistas refizeram as pesquisas e constataram que nos insetos machos havia surgido um gene supressor capaz de conferir resistência a ação da bactéria e os machos já representavam 40% da população de borboleta Lua Azul.

Os pesquisadores ainda não têm certeza se o novo gene surgiu de uma mutação da espécie local ou se foi introduzido por borboletas migratórias provenientes do sudeste asiático, onde tais mutações já haviam sido observadas.

A bactéria do gênero Wolbachia é transmitida pela borboleta fêmea e contamina apenas os embriões machos, que são mais suscetíveis, causando a morte desses insetos antes de saírem do casulo.

Segundo os pesquisadores este é o mais rápido caso relatado da ação da seleção natural já observado. Normalmente o processo de seleção natural age ao longo de milhares de anos e isto é o que chama atenção neste caso, considerado muito importante para a biologia.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Intuição, Evolução e o Pensamento Circular

Caro Aluno
Comece reparar quantas vezes ao dia você faz suposições sobre o que passa na mente de alguém. Suposições como: “fulano está bravo comigo”, ou “minha mãe não gosta disso...”. Na maioria das vezes uma pessoa não precisa nos contar o que ela está pensando, nós simplesmente conseguimos captar o que passa em sua mente através de expressões faciais, gestos e outras pequenas "dicas" de convivência. A nova geração de psicólogos evolucionistas dá à essa capacidade o nome de “Teoria da Mente”. Não se trata de uma teoria científica, mas de uma habilidade presente em todos os seres humanos normais e que nada mais é do que uma senso psicológico intuitivo, que os nossos cérebros se utilizam para aprender sobre o comportamento das pessoas. O sucesso dos “reality shows” pode ser atribuído, em parte, à nossa avidez por executar o nosso programa mental de “Teoria da Mente”.
Da mesma forma que possuímos uma psicologia intuitiva, temos também programas mentais para matemática, física, biologia e até mesmo para engenharia. Este último programa nos ajuda a entender os objetos que nos circundam. Imaginem o que teria acontecido quando os nossos antepassados inventaram a roda. Ninguém, sem uma engenharia intuitiva, reconheceria aquele objeto como uma roda, que foi feita por alguém, para facilitar a movimentação de cargas etc, e teriam que reinventá-la a cada vez que a necessidade surgisse. O nosso cérebro depende dessa engenharia intuitiva para que toda vez que nos depararmos com um determinado objeto, tenhamos condição de entender que: 1) alguém o fez e, 2) principalmente, para que ele serve.
Além de ávidos psicólogos intuitivos, somos também ávidos engenheiros intuitivos. Temos uma inclinação natural a atribuir utilidades e autoria para todos os objetos e também para seres vivos. Mas, assim como nem sempre nossa psicologia intuitiva está correta, nossa engenharia intuitiva também tem falhas.
Até 1858 a biologia oficial estava de acordo com a engenharia intuitiva: tudo possuia um criador e um propósito de existir. Foi então que dois naturalistas ingleses (Alfred Russel Wallace e Charles Darwin) fizeram uma comunicação conjunta de uma teoria que mudaria todo o pensamento científico. A teoria da evolução através da seleção natural introduziu um conceito revolucionário e que vai de encontro à nossa engenharia intuitiva. O conceito de projeto-sem-projetista propiciou o desenvolvimento (laico) da biologia atual. Não era mais necessário evocar deuses ou a metafísica para explicar os processos biológicos. A seleção natural se processa gradualmente sobre pequenas diferenças genéticas que aparecem ao acaso na população.
Recentemente, entertanto, alguns (poucos) biólogos estão colocando em dúvida o poder criativo da seleção natural através de um movimento chamado Design Inteligente (DI), retomando a necessecidade de intervenções divinas nos processos biológicos. Em períodos pré-darwinistas esse pensamento era muito freqüente, até mesmo pela ausência de explicação alternativa. Entretanto, este movimento hoje está restrito a uma minoria e vem sendo muito criticado pela comunidade científica por questões de cunho filosófico. Explicar a existência de Deus pela existência de Deus é pensamento circular, que não sai do lugar e não leva a nada.
E como dizia o Zequinha, o simpático personagem do Castelo Rá-Tim-Bum: “Por que sim não é resposta!”

Demorou, mas chegamos!

Os ProfsDaBio da Cooperativa do Saber estão começando as suas atividades. Vamos postar aqui assuntos relacionados com biologia, vestibular e cultura geral.

Estamos abertos (no bom sentido) a sugestões, dicas, comentários e debates envolvendo todos os queridos alunos!